segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Individualidade

Tenho que ser eu, e somente eu
Lembrar do que eu gosto, cultivar os meus gostos
Ter um tempo egoísta, esquecer um pouco o altruísmo
Tricotar, ler meu livro emperrado no criado
Arrumar a bolsa, tirar roupas para dar
Procurar moedas nos casacos (não tenho esperança de achar notas!)
Ler revistas, mas ver só as fotos e as fofocas, e o que mais interessar
Procurar os velhos álbuns
Juntar fotos, montar novos álbuns, criar novas histórias
Decorar a casa para o Natal
Recortar anjinhos de cartolina e montar um presépio
Ver uns cinco seriados seguidos
Fazer um bolo de fubá, fazer um chá.

Demissão

Me irritei.
Cansei de pedir sempre a mesma coisa.
Cansei de pedir mais atenção para os detalhes.
Cansei de explicar onde limpar, como guardar, e afins...
Cansei. Não quero mais.
Quero tranquilidade. Quero confiança.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O que seria de mim

sem as risadas altas

sem as taças de vinho

sem as conversas calorosas

sem as fotos da Tron

sem os deliciosos chás

sem as boas músicas?

O que seria de mim sem vocês que me concedem tudo isso?

O que seria de mim se eu não pudesse mais encontrá-los, não pudesse mais vê-los?

Eu não seria nada, não teria vida, não seria completa!

Amo demais vocês, meus amigos!!!

ps: Quanto está o placar, pai?

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

um dia comum

Risadas altas
Xingamentos
- Pai, quanto tá?
- 10 a 0...
Quer mais vinho?
Cuidado com a toalha
Bateria, bateria, bateria!!!!
Choros, abraços, intercessões
Roncos ao fundo
Com cebola, sem cebola
Boa noite, até amanhã!

Família

Um grande presente, recebi
Vieram todos do mesmo pó
Todos criados pelo suor de alguém
Amados e odiados por outros

Cada um com a sua história

Sofreu pelo filho que não podia ter
Surpreendeu-se pelos tantos que recebeu
De sangue e de paixão, muita paixão
Cada um, tendo como seu

Apanhou, sofreu, chorou
Mas nunca perdeu o brilho
Dos olhos claros, a sinceridade
Da sua boca, alegria e piadas
E de seus gestos, abraços e força sem fim

Pouca idade, pouca experiência
Mas quem disse pouca sabedoria?
Pouco tempo, pouco convívio
Mas quem disse pouco carinho?
Cativa a todos, alegra a todos
Ama com simplicidade
Ama com toda a verdade!

Família com erros
Família completa
Família de sangue
Família aberta

Sempre prontos para mais um
Mais dois, mais três
Seja chato, seja músico
Seja magro, seja baixo
Seja metida, seja geniosa
Seja doce, seja carinhosa
Seja inocente, seja perdido
Seja teimoso, seja sofrido

Basta ser que vão te receber

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Vazio

Sorriso
Olhar
Risadas
Cumplicidade

Ausência
Apatia
Cabeça baixa
Poucas palavras

Desafio
Desencanto
Conflitos
Aperto no peito

Sumiu, fuji.

Sendo outra, sendo eu

Por um instante, talvez alguns, queria ser outra, sendo eu mesma
Queria estrapolar todos os meus limites, sem me arrepender
Poder parar o tempo, inverter os papéis, e deixar rolar de novo
Sumir, sem que ninguém veja, e aparecer onde o mundo seja meu
E, quem sabe um dia, voltar.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

efeito palavra

Cada palavra dita tem um tempo
Cada tempo trás um sentimento
Cada sentimento causa uma reação
Cada reação uma mudança
Cada mudança gera uma curiosidade
Cada curiosidade revela uma descoberta
Cada descoberta alarga o conhecimento
Cada conhecimento se transforma em palavra
Que nunca volta vazia e que vira outra palavra
E recomeça o ciclo do efeito palavra.

Tarde demais

-Alivio!
Alguém falou
Alguém cantou
Ficou mais perto
Talvez mais real
Uma opção.

Ah! Mas tava tão bom assim
Quem quer sair dessa?
Para quê?
Tudo quentinho
Do meu jeito
Tão cativado
Há tanto tempo.

É, está escuro 
Mas eu já estou cega
Com dor, me acostumei
Não tenho mais pele, só sobrou o osso
Descanso não preciso, só durmo, pra sempre.

Alguém gritou
Alguém falou
Ignorei, perdi a vez
Agora, ficou tarde para mim
Nunca vou saber
Alívio não vou ter.


Carta de agradecimento

Deus,
Não sei ao certo como dizer o Seu nome.
Achei que faltava um adjetivo para introduzí-lo, mas são tantos, que fiquei na dúvida.
Mas de qualquer forma, o Senhor sabe todos os que eu pensei...então, gostaria de ocupar um pouco do seu tempo com essa carta de agradecimento.

Quero agradecer a ajuda que o Senhor oferece para mim todos os dias, mas acho que o Senhor já notou porque não a recebo.
É sempre a mesma história, as mesmas desculpas: " Vou tentar sozinha!", "Já estou quase conseguindo!" ou "Agora não. Isso não serve para mim." e assim vai... E assim vou...
De tropeço em tropeço e de dúvida em dúvida.
E no final, o pensamento é o mesmo: Por que não Te ouvi antes?
Daí volto atrás, abaixo a cabeça e aceito o que me oferece.
Muito obrigada por isso!

Preciso te agradecer também, porque o Senhor não guarda rancor, e também não aponta o dedo para mim dizendo: "Não falei!", como todos os outros fazem quando percebo que errei.
Obrigada, isso faz muita diferença para mim!

Apesar da vergonha que sinto quando isso acontece, o Senhor sempre me faz sentir tranquila, à vontade em tentar de novo. Aliás, se não fosse assim, eu estava perdida, quebrada, falida. E, com sua paciência, o Senhor me pega pela mão para que eu saiba bem qual a escolha e caminho certos.
Muito obrigada por isso também!

Além disso tudo, obrigada por que todos os dias sei que o Senhor está comigo. 
Acompanha meu sono, me vê quando saio de casa, fica comigo no trabalho e na diversão.

Também não posso deixar de agradecer os amigos especiais que o Senhor me deu!
Aqueles das risadas altas, das garrafas de vinho, dos abraços, das lágrimas, das músicas, violões e dos olhares sinceros!
Ah! Como preciso te agradecer por eles! 
Esses são os que me mantém sã, corpo, mente e espírito.
Eles aquecem o meu coração, confortam meu espírito e divirtem a minha mente!
Que na minha vida, eles nunca faltem.

Senhor! A minha vida é boa!
Obrigada por ela!
Muito obrigada!

Juliana 




Transformação

Alegria, aquela falsa alegria.
Mas, alegria pode ser falsa?
Nosso cérebro nos engana?
Afinal, alegria não é uma resposta?
Não é causada por algo, e não por nós?
Então, como há de ser falsa?
Essa alegria que sinto me corrói.
É pior que tristeza, é lepra.

Mas Deus, é meu consolo, meu refúgio, minha paz.
Apesar de longe dos meus olhos qualquer sinal de esperança, sei que está lá.
Como o vento que não vejo, como a luz que não toco.
É a confiança no invisível, é a certeza do incerto.
É além do humano, além do terreno, além do pensável.
É a única saída, única morada, única janela.

Esperança, essa certa esperança!
Mas esperança pode ser dúvida?
Minha essência não se engana!
Afinal, esperança não é escolha?
Não é causada por algo em mim?
Então, não há de ser falsa!
Essa esperança que me reconstrói.
É maior do que a minha vontade, é fé.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Estou numa tristeza profunda, aquelas de doer o peito, apertar a alma e chorar os olhos
É como se meu corpo todo desistisse de continuar vivendo, e estivesse desligando aos poucos
Os braços e o coração ficam sem resposta primeiro, depois são as pernas, o tronco e tudo o que está por lá
Qualquer fragilidade acerta o profundo como uma tormenta
Tudo fica maior, pior, devagar, pesado, difícil de carregar
E assim sigo esse dia, me arrastando, recolhendo meus pedaços
Tentando achar algum caminho no meio das lágrimas
Buscando fugir da cratera que se forma sob meus pés.

domingo, 22 de junho de 2008

Diário - 22/06/2008

Fantástico! Revi duas amigas de muuuito tempo atrás!
Nos conhecemos aos 5 anos e desde aprox. os 15 q não nos víamos.
Foi muito legal ver q mesmo com tanto tempo longe, continuamos com a mesma intimidade de antes.
Isso é o que é uma amizade verdadeira!
Tanto passou, muito mudou nas nossas vidas, mas continuamos com o mesmo carinho, a mesma liberdade, a mesma intimidade!
Fantástico mesmo!

Amo vcs meninas, Quel e Fê!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

cegueira voluntária

Hoje o dia amanheceu com uma névoa pesada e frio.
Pessoas nas ruas enroladas em pedaços de cobertores, tentando viver mais um pouco da vida
Enquanto isso, alguns outros lugares do mundo estavam com o sol à pino.

Talvez seja o meu egoísmo e tentativa de estar cega que insiste em pensar:
Porque eu moro aqui, e não pra lá?


terça-feira, 17 de junho de 2008

Saudade se mistura com dor
Não dor de despedida, ou dor da distância
Mas a pior dor: dor de não existir.

Dor de ver que um dia você foi alguém naquela história
E hoje, nem sequer sabem seu nome
É como ver o mundo como telespectador, por fora da tela
Quando o mundo todo existe por trás dela

E isso nunca foi assim...
O mundo sempre foi meu mundo, mundo comigo, mundo ao meu lado
Eu sempre fui figurante, papel principal e equipe de palco
Nunca fui o pipoqueiro ou lanterninha, sempre longe da vida das telas

Eu era alguém para todo mundo
E hoje, ninguém para muita gente
Também para aqueles que antes, junto comigo, davam vida ao filme

Agora, o filme passa em outra tela, e nem é dela que sou o bilheteiro...

sábado, 7 de junho de 2008

"Só sei que nada sei" - Sócrates

A palavra passou voando à minha frente
Não consegui pegar, mas lembro bem como ela era
Mas não era minha...passou

Outra voou mais à direita
Pulou direto para trás do sofá
Também consigo reconhecê-la a qualquer momento
Mas não era minha...passou

Uma frase inteirinha veio pela televisão
Atravessou para a minha sala
Decorei cada letra
Mas não era minha...passou

Agora várias letrinhas saltitam
Cada uma vem de um lado, trocam de lugar
Pude ver todas muito bem
Mas nenhuma delas era minha...passaram

Porque todas elas não estavam na minha boca?
Porque nenhuma era minha?

Todas eram bonitas, bem desenhadas
Eram coloridas e sérias, divertidas e bem delineadas
Mas nenhuma foi soprada por mim
Elas simplesmente não eram minhas...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Mulher

T udo o que está ao meu redor, está completamente sem sentido
P arece que nunca vi nada disso, e ao mesmo tempo, parece que estou cansada demais para ver
M inha mente me prega peças, gira, se enfurece, sente alegria e tristezas ao mesmo tempo

T ranstornados, meus olhos se agitam para encontrar paz em algum canto
P asseiam pelo ambiente, desviando furiosamente do nada que os irrita
M arejam de raiva, pelas idéias estúpidas que golpeiam meu cérebro

T empo? Disposição? Quem você acha que eu sou para tê-los?
P reciso explicar muito para você perceber, no mínimo, que só o fato de existir já é demais?
M elhor você sair da frente, se esconder, e chamar o mundo com você.

T enho milhões de reclamações pra fazer, trilhões de compromissos para cumprir
P reciso correr, preciso fugir, preciso bater, preciso magoar alguém
M inha noite não vai acabar bem, assim como meu dia não começou bem.

T udo o que você não deve fazer é tentar falar comigo agora
P ense muito bem antes de me acariciar, ou me consolar
M eus atos estão incontroláveis, e não tenho nenhum interesse em dar um jeito nisso agora.

T rate de seguir meu conselho, você e o mundo todo, por que nada te salva dessa
P rocure sua chave, saia e me tranque com ela. Desligue a luz sem pedir epxlicações
M ais tarde, quando uns 5 dias se passarem, pense em voltar

T ente me olhar com cuidado e piedade
P rovavelmente você vai perceber que sumi, deixei apenas rastros
M as aproveite bem o presente, porque mês que vem, com certeza eu volto!

Ciranda

Me perdi no desenho daquelas células, que ordenadamente se enroscavam umas nas outras
A bagunça era tanta, que só eu mesma sabia a perfeição do desenho que elas formavam
E elas estavam lá, como que brincando de roda
Por uns instantes, ri com elas, participei do jogo de ciranda
E a cada novo lance, o grupo ia girando, girando, girando...

Será que algum dia alguém notou essa brincadeira?
Era algo tão sincero e inocente, que até me perdi, esqueci o que estava fazendo por lá
Minha atenção estava toda voltada para aqueles tons de dourado, umas mais escuras, outras mais claras, a mesma diversidade da vida!
E enquanto elas cantavam, precisei me despedir, silenciosamente, daquela ciranda neuronal!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Um final feliz

Conforme o tempo passa, ou caímos no mesmo erro, ou corremos do que é certo.
Andamos em círculos, mas a cada volta, tudo parece diferente.


Quantas vezes eu já não comecei algo que jurava que levaria até o fim, e no fim, parava antes de qualquer desfecho existir?
Quantas vezes tive certeza de que o finalmente já estava chegando, quando me dei conta de que era mais um começo perdido?


Pois é, estou nesse começo de novo...Mas se eu não me der algum crédito, quem vai dar?
Existe uma grande torcida, mas de nada vale se eu não torcer para cada dia concluir algo.
E afinal, é bem mais fácil pensar assim: cada dia tem seu fim.


E hoje, começo esse Blog assim, terminando, criando um desfecho, fazendo brotar em mim aquela grande satisfação de ler a última página, de estudar o último capítulo, de pagar a última prestação...

Então, por hoje, desejo a todos, um bom final!