sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal 2010: Já?

Este ano realmente passou muito rápido! Me lembro como se fosse ontem o dia em que escrevi o post sobre o Natal na casa da minha avó. Lembro muito bem também do post sobre "decidir ser feliz em 2009". Já estou no nono mês de gravidez, logo estarei com meu filho nos braços, e não parecerá que se passaram mais de nove meses desde quando decidimos engravidar! Não tenho conhecimento suficiente para dizer se esta sensação é devido a uma nova velocidade de rotação da Terra ou se conforme envelheço, a noção de tempo muda, mas que o tempo passou mais rápido eu bem sei!

Mesmo sentindo que não faz muito tempo que fiz aquele post sobre o Natal, acho importante registrar que mais uma vez me diverti horrores nesta noite e que sou muito orgulhosa da família que tenho! Além disso, é necessário registrar que este foi o último Natal que passo antes do Pedrinho e do(a) meu(inha) sobrinho(a) nascerem! E foi muito gostoso imaginar com todos ao redor da mesa como será o próximo Natal com um bebê de 6 meses e o Pedrinho, que estará quase com 1 ano, apavorando todo mundo!!!

A conversa durante a ceia foi tão boa que tive até crise de riso com um comentário da minha mãe! Meu marido, inclusive, filmou algumas das "discussões natalinas". Parece que o tempo passa e curtimos cada dia mais a família que temos, graças a Deus!

Cheguei em casa satisfeita. Não sei o que Jesus acha do tipo de comemoração que rola na data que deveria servir para lembrar o nascimento dEle. De verdade, pensei apenas pela manhã sobre isto. Agradeci a Deus por Ele ter enviado Jesus ao mundo. E, à noite, acho que a esperança e o amor que Jesus trouxe ao mundo permeou a celebração do Natal de forma natural, e consequentemente, honramos o nascimento do Salvador em meio às conversas e risos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Como tomar decisões acertadas em tempos de "pouco tempo"

Existe um tema insistente em minha mente. É claro que tem a ver com o momento que estou vivendo. Mas acho que mesmo antes dessa fase, eu já meditava bastante sobre isso: decisões x emoções.

Não é nenhuma novidade dizer que hoje vivemos em um mundo muito agitado onde todas as coisas acontecem a uma velocidade crescente e que para acompanharmos as evoluções de equipamentos, conhecimento e necessidades do mercado de trabalho, nossa mente precisa funcionar na mesma velocidade, sabendo fazer escolhas em um piscar de olhos.

O tempo passa. A idade avança e com ela as condições do nosso corpo também. Somos constantemente ultrapassados por alguém mais jovem, mais inteligente, mais adequado ao cargo. E daí? Novas crianças nascem todos os dias e porque isso deveria mudar a nossa perspectiva de futuro? Por que precisamos ser tão competitivos?

Nossos parâmetros geralmente não são baseados no nosso passado com relação ao presente. Nossos parâmentros geralmente são fundamentados na performance de outros. Definimos nossas estratégias para tentar ficar à frente de alguém. Isso cansa. Desagasta a mente até os neurônios! E tudo isso, naquela velocidade dos tempos atuais.

Uma amiga, pensadora, postou essa frase hoje no facebook: "Follow your heart, but be quiet for a while first. Ask questions, then feel the answer. Learn to trust your heart." A autoria parece ser desconhecida. Mas o fato é que a frase instrui que sigamos nosso coração, mas fiquemos quietos por um momento antes disso. Aconselha que façamos perguntas, mas que depois precisamos ficar atentos para sentir as respostas. E, por fim, a frase fala que precisamos aprender a confiar no nosso coração.


Quem hoje tem tempo de ficar quieto? Ou quem vai reservar um tempo para meditar para sentir as respostas? Há hoje quem confie no coração, ao invés de confiar no currículo?


Nesse final de semana que passou, antes mesmo de ler essa frase, me propus a simplesmente não pensar na minha decisão de mudar de área e fazer outra faculdade. Aquietei minha mente e tentei aquietar o coração. Conclusão: me peguei em uma conversa natural, sem pressões, onde senti claramente minha paixão pela nova área, animação e, o principal, senti uma tranquilidade, diferente das decisões a altas velocidades que normalmente o mercado exige!


Então, para um bom início de semana, aconselho que você: " Siga seu coração, mas antes fique quieto por uns instantes. Faça perguntas, depois, sinta as respostas. Aprenda a confiar no seu coração." E assim, seja feliz e tenha sucesso, primeiro dentro de você! Com certeza, isso refletirá em todas as áreas da sua vida!



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Dependência high tech

Um dia, fechei a minha página do Twitter, desliguei o computador e imediatamente peguei meu celular para verificar o que tinha de novo no Twitter. Foi algo tão inconsciente, que quando me dei conta desse absurdo, fiquei assustada. Isto me alertou para o quanto eu estava dependente da tecnologia.

Me lembro de ter feito, lá pela sexta ou sétima série, um trabalho sobre vulcões. Foi o primeiro trabalho digitado que realizei para a escola, mas como fonte de pesquisa utilizei a antiquíssima Barsa. O computador que meu pai tinha em casa era provavelmente um 386 e tinha a famosa tela com letrinhas verdes! Nessa época, eu ia para a escola de ônibus, sem celular, e isso era muito normal!

Hoje, não saio de casa sem meus dois celulares, sendo que em um deles recebo informações sobre novos emails em três caixas postais, atualizações do Twitter, inclusive especificando se alguém citou meu nick ou se alguém me enviou uma "direct message", atualizações do Facebook e se alguém fez algum comentário em um dos meus três Blogs. Não existem surpresas nesse ramo para mim. Abrir o computador em casa é só para atualizar o Blog, ler notícias ou ver alguma outra página da internet. Apesar de que, já descobri uma forma de atualizar o Blog direto do smart phone!

Essas "facilidades" me causam uma certa ansiedade, pois a cada minuto olho para a tela do gadget, e quando não vejo nenhum "asterisco vermelho", referente às novidades e atualizações das diversas funções que utilizo via celular, sinto algo como um vazio... Sem brincadeira. E essa situação se repete durante as refeições com meu marido: ele com um iPod e eu no meu celular, ambos geralmente no Twitter. Estamos começando a nos policiar quanto a isso. Afinal, casamento virtual não é tão emocionante quanto o ao vivo!

Já existem terapeutas especializados no tratamento de viciados em internet e até existe em Londres um hospital para viciados em tecnologia, ou seja, pessoas viciadas em jogos e sites de relacionamento. Especialistas alertam que os principais sintomas são a necessidade de estar conectado à internet o tempo todo, a falta do convívio social e a utilização do computador como forma de fugir dos problemas.

Por alguns instantes, fiquei com medo! Parei para pensar se realmente estou viciada no Twitter. Eu sei que seria um pouco diferente, mas sei que consigo sobreviver sem a conexão, sem o Twitter e sem os emails. O que mais me preocupa é que se estou com o celular na mão, dificilmente consigo evitar de verificar o que está acontecendo nesse mundo virtual.

Há algumas semanas, derrubei uma jarra de limonada que lavou a casa, inclusive o meu smartphone. A placa do teclado está um pouco melada e com pequeno início de sinais de oxidação. Consigo utilizá-lo como rádio e telefone, apesar da enorme dificuldade de fazer o "0" aparecer. E para escrever, as letras q e a e a tecla delete estão significativamente danificadas. Preciso muito levar para alguma assistência (a Nextel não faz esse tipo de serviço pois afirma que é mau uso, mesmo que você queira pagar, eles não limpam a placa). Preciso apenas achar um aparelho de rádio para colocar o meu chip, e abandonar o smartphone por uns dias.

Sinceramente, penso nesses dias sem o gadget quase como um "retiro espiritual"! Não estou me esforçando para encontrar essa assistência ou para encontrar um aparelho de rádio, mas estou animada para ficar sem essa tecnologia ambulante no meu bolso. Não sei explicar muito bem, mas é como se fosse uma chance de eu provar para mim mesma que não estou viciada nesse pequeno pedaço de plástico com super poderes! E, convenhamos, ficar sem o smartphone por ele estar na assistência é bem menos dramático do que ficar sem o mesmo por você esta na "rehab"!

ps: Assim que finalizei este post, liguei para o meu pai, e consegui um outro rádio (sem funções extras) para enviar o meu para o conserto...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

As nossas fotos

Vira e mexe, me pego gastando muitos minutos em fotos de pessoas que mal fazem parte do meu cotidiano, admirando-as, sonhando em estar naquele contexto, cobiçando aquela vida. É como se eu entrasse em transe. Quando me dou conta, não chequei os emails ou não vi as atualizações que queria ver, e aquelas fotos, ou melhor, este meu ato contemplativo só me fez mal.

Geralmente são cenas de casais felizes, com uma luz mais amarelada ou então uma foto em preto e branco, em alguma praia ou montanha, cenário de uma viagem. As pessoas da foto sorriem, estão bem, tem dinheiro e não tem com o que se preocupar. Viajam bastante livremente colecionando fotos, kms, carimbos nos passaportes... e por aí vai a minha imaginação.

Daí volto o meu pensamento para as fotos que tenho com o meu marido. Tento lembrar das fotos de viagens. Não viajamos muito. Nossa máquina não é muito boa então não tem aquela luz perfeita amarela. E mesmo as fotos que estamos juntos, sorrindo, parecem não ter aquele glamour das fotos alheias. Porquê?

Isso, por mais infundado que pareça, já foi motivo de pequenas crises na minha vida. Confundindo o imaginário com o real passei a questionar "itens" de um relacionamento de mais de cinco anos baseada simplesmente em fotos de pessoas quase estranhas, sorrindo, que para mim, por um lapso, se tornaram o maior exemplo de matrimônio.

Talvez tenha sido inconscientemente por este motivo que resolvi colocar as fotos mais bonitas que tenho com meu marido, na porta da minha geladeira, que fica praticamente na sala. Selecionei fotos do casamento, um poema que ele escreveu que eu amo e umas fotos de uma viagem. Todas com uma imagem perfeita, com o céu mais que azul e um mar de dar inveja ao céu! Todas mostram momentos felizes que vivemos.

Mas será que alguém poderia parar em frente à minha geladeira e começar a mesma divagação que fiz com as fotos alheias achando que somos um casal exemplo, com uma vida perfeita, sem problemas, por causa da qualidade daqueles retratos? Creio que sim. E, também acredito, que seja apenas uma questão de exercício para que chegue o dia em que as fotos "exemplares" não significarão mais do que apenas uma boa imagem para mim.

Aquela história de que a grama do vizinho é sempre mais verde distorce a visão do que realmente é seu. Em algum lugar do nosso DNA foi implantado um sentimento, seja pela criação, seja pelo mundo capitalista, de que o que é do outro sempre tem mais valor. Esta reflexão das fotos nunca mudou meu amor pelo meu marido, mas deixei que ela plantasse uma possibilidade de que o que os outros têm é melhor. Triste.

Hoje, um pouco mais livre e madura, consigo parar diante das nossas fotos na geladeira e me perder no tempo. Mesmo sabendo de todas as dificuldades, discussões e dissabores pelos quais passamos, nas fotos, vejo um casal feliz, apaixonado, com sonhos, e com apenas um defeito: tirar poucas fotos!



Foto tirada pelo celular de um amigo (Nina ou Sal) num dos momentos mais especiais da nossa vida: pela primeira vez, entrando no nosso apartamento! Fiz questão de postar essa foto pois reflete bem nosso "universo fotográfico": pouca qualidade, mas sem deixar a desejar nem um pouco no valor emocional!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Paixão x Profissão

Estou passando por uma fase de transição da profissão para a paixão. Essas duas palavras sempre se relacionaram na minha cabeça, mas ainda não tinham feito o mesmo na vida prática. Gosto do que faço, mas é um gostar racional, se é que isso é possível! Faço com excelência, com conhecimento, com estudo, mas isso não me satisfaz.

Considero a idade de 17 anos um tanto precoce para se decidir a profissão que regerá boas horas da sua vida. Mas, talvez por falta de outra alternativa, aos 17 anos, foi o que fiz. Decidi uma profissão que regeu os 10 anos seguintes da minha existiência. Fiz pós graduação, trabalhei na área e estou cursando atualmente o mestrado. Mas constantemente me pergunto onde está a paixão.

Segundo o dicionário Aurélio, profissão significa emprego; trabalho; ofício, e um dos significados de paixão, de acordo com a mesma fonte, é "estar apto para". Portanto, minha profissão é fisioterapeuta e assistente financeira. E a minha paixão, estou descobrindo com mais maturidade somente agora, à beira dos 28 anos!

Sempre tive paixão por escrever e paixão por música. Escrevo poemas e textos diversos desde muito nova. Inclusive, acho que lá pelos 7 anos de idade, escrevi um livro! Depois na adolescência, em uma fase mais melancólica, regada a Fernando Pessoa e Cecília Meireles, montei um livro com todos os meus poemas para presentear uma amiga.

Então, por que escolhi me graduar em fisioterapia? É certo que também passei boa parte da infância fazendo fisioterapia, mas era tão chato que não sei se serviu de incentivo. Apesar de não ter idéia do que me motivou, não me arrependo totalmente de ter feito essa faculdade pois lá ingressei no mundo da pesquisa científica, onde aprendi muito sobre bastante coisa da vida!

Nada relacionado ao estudo considero como perda. Vou finalizar meu mestrado com muito afinco. Vou iniciar a faculdade de jornalismo como "mestre em ciências da saúde" e com um bebê recém nascido! Vai ser difícil, vai exigir muito esforço meu, do meu marido e talvez de algumas pessoas ao nosso redor. Mas se estou apta, ou seja, tenho paixão para ser jornalista, não quero continuar a vida apenas com o ofício de fisioterapeuta.

sábado, 15 de maio de 2010

O Vigésimo Oitavo

Já ouvi falar, de gente que estuda os planetas e suas relações com o destino da vida aqui na Terra, que a cada 7 anos, encerramos um ciclo, e aos 28 acontecem muitas mudanças. Não vou saber entrar em detalhes sobre o que ocorre nessa data. Também não vou fazer uma busca no google agora pra tentar embasar essa teoria. Vou apenas relatar a minha própria experiência.

Faço 28 anos em Agosto, portanto, já estou vivenciando os dias do meu 28o ano de existência por aqui. Desde que esse ano (o vigésimo oitavo) começou, tomei várias decisões diferentes, e até já relatei sobre elas em um post sobre a virada do ano. Foi nessa época que comecei realmente a cuidar da minha saúde, iniciando uma atividade física (corrida e Pilates). Voltei a trabalhar com Ergonomia. Decidi ter filhos.

Você pode até pensar que nada disso é radical ou significa alguma ruptura. Até então eu nunca soube exatamente o que iria fazer na vida. Me formei em fisioterapia. Faço mestrado em ciências básicas. Cuido do financeiro da empresa da minha mãe. E me especializei em fisioterapia do trabalho. Mas amo escrever e tenho um talento legal para cantar. Ou seja, uma miscelânia completa!

Meu rendimento vem basicamente da minha atividade como "analista financeira" e dos trabalhos, em regime autônomo, em ergonomia. Além de tudo o que faço, também cuido da casa (reestruturação financeira exige que eu aumente a minha lista de atividades). Mas não me sinto realizada. Ou não me sentia, não sei ao certo, estou descobrindo. Aí que entra o vigésimo oitavo.

No ano passado, decidi, dentro de mim, o que seria apenas para me sustentar e o que seria para minha realização. Entendi (finalmente) que nem sempre é possível unir os dois. Hoje minha renda não vem da minha realização, mas aprendi a gostar do que faço para sustento. Não quero sofrer e me deprimir para ganhar dinheiro. Acho isso um absurdo. Aprendi também a investir mais nos meus talentos. Criei esse blog, depois mais um, e estou ensaiando com uma banda (ainda beeeem no comecinho). Isso tem me ajudado a ver que tenho um valor!

Mas o vigésimo oitavo não influenciou apenas em como eu penso, ele estrapolou para as oportunidades. Com a história da gravidez, iniciei um outro blog, mais focado. A repercussão dele está me agradando demais! Estou fazendo um trabalho praticamente de jornalismo para alimentá-lo. Como me sinto bem com isso! Alimenta a alma! E, não foi só esse reconhecimento do blog que vejo como oportunidade, também recebi um convite para escrever em uma revista de bairro, nada relacionado ao blog. Esse convite veio aparentemente do nada, de uma pessoa da família que estava buscando alguém que escrevesse bem. Pra mim, foi como um convite para um emprego super bem remunerado!!!

E o tempo mexe tanto com a cabeça, que decidimos, eu e meu marido, engravidar. Sempre tive muita dificuldade de me ver como mãe, com uma criança no colo. Meu pensamento sempre foi bem individualista ao pensar em aumentar a família. Tinha muito medo. Um dia, num caixa de supermercado, o meu marido perguntou quando eu iria dar um filho pra ele. Aquela pergunta gelou a minha espinha e estômago! E não foi medo. Acho que foi a minha surpresa com o meu próprio pensamento, de que realmente era a hora de começar a tentar!

Não sei muito sobre os planetas, nem ao menos sobre as luas. Entendo o que vivo, o que sinto. Bem que isso, não sempre! Mas o fato é que os 27 anos passaram, e junto com eles, muitos pontos de vista sobre a mesma coisa foram modificados. Acredito na evolução, no amadurecimento. Acredito que para todas as coisas existe o tempo certo. E por isso, agradeço a Deus por poder chegar nesse vigésimo oitavo ano com tanta carga de aprendizado, com poucos traumas, com muita saúde, muitas idéias, muitas pessoas queridas ao meu redor, um marido não perfeito mas que me entende como ninguém, e que, segundo a minha mãe, é um santo por ter casado comigo!

Obrigada Deus, obrigada pela vida e pela possibilidade de gerar mais vida!

sábado, 1 de maio de 2010

Um cantinho só pra ser grávida e bipolar!!!

Pessoas queridas, diante dessa avalanche de informações nos últimos dias, achei melhor criar um blog apenas para tratar do assunto gravidez e transtorno bipolar, e que possa, de fato, ajudar outras mulheres nessa mesma situação. Me visitem lá também e indiquem!

http://gravidaebipolar.blogspot.com

bjinhos!

Decisões difíceis - medicamento para bipolar X gravidez

Ontem consegui passar em consulta com a minha psiquiatra. Deu pra ver nos olhos dela que situação difícil é a minha. Ela me falou que de todos os distúrbios psiquiátricos, o que dá mais trabalho quando a paciente quer engravidar, é o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB). Acontece que os remédios para esquizofrenia, depressão e afins, não afetam o bebê. Mas os remédios para TAB afetam. Existe uma classificação dos remédios (A, B, C, D e X) com relação à gravidez que é a sgeuinte:
  • Tipo A: são aqueles indicados para grávidas, por exemplo, o ácido fólico.
  • Tipo B: tem estudos que demonstram que não há riscos para o feto (estudo em animais), também se aplica aos medicamentos que apresentaram algum risco para o feto nos estudos com animais, mas em humanos não demonstraram esses riscos. Ou seja, são medicamentos que devem ser prescritos com cautela.
  • Tipo C: estudos em animais têm demonstrado que esses medicamentos podem exercer efeitos teratogênicos ou é tóxico para os embriões, mas não há estudos controlados em mulheres ou não há estudos controlados disponíveis em animais nem em humanos. A prescrição desse medicamento é com risco.
  • Tipo D: existe evidência de risco para os fetos humanos, mas os benefícios em certas situações, como por exemplo, nas doençass graves ou que põem em risco a vida e para as quais não existe outra alternativa terapêutica, podem fazer com que o uso durante a gravidez esteja justificado, apesar dos riscos. A prescrição desse medicamento é de alto risco.
  • Tipo X: estudos em animais ou humanos têm demonstrado que o medicamento causa alterações fetais ou há evidência de aumento no risco para o feto com base na experiência em humanos ou ambos. O risco supera claramente qualquer possível benefício. Considera-se os medicamentos e substâncias incluídos nessas duas categoria de prescrição como sendo de Perigo.
O medicamento que eu usava se enquadra entre C e D. Então, as opções mais seguras agora, mediante à volta dos sintomas, é ficar sem medicamento algum por 3 meses, fase mais crítica do desenvolvimento do feto, ou tomar Haldol, que é um neuroléptico, antigo, que não afetará meu bebê. Mas existe grande possibilidade deste último causar diversos efeitos colaterais bem bizarros como rigidez muscular (dificuldade de mexer os braços), tiques, sensação de inquietação nas pernas, além de me deixar "abobada". Se optarmos (eu e o J, meu marido) que vou tomar o Haldol, a idéia da psiquiatra é iniciar a medicação com dose muito baixa para evitar ao máximo essas reações.

Passei na farmácia ontem e comprei o medicamento. É um medicamento bem acessível financeiramente falando. Em torno de R$4,00. Ontem à noite, chequei a bula, e não gostei nada do que vi. Nunca faça isso! Na bula tem até "morte súbita" como reação adversa. Mas só com o que a psiquiatra já havia dito que poderia acontecer, foi suficiente para me deixar na dúvida.

Em uma pesquisa na internet sobre grávidas e bipolares encontrei um blog (http://maebipolar.blogspot.com/), que a escritora passou pelas mesmas situações que vou passar. Ela optou ficar sem medicamento e sobreviveu! Além disso, respondeu logo ao meu contato e se colocou à disposição para me ajudar. Valeu, Di!

Existem algumas coisas que posso fazer, que sei pela experiência que tenho em ser bipolar, que pode ajudar. E pelo que tenho visto, é realmente algo para bipolar:

  1. Estabelecer uma rotina e seguí-la. Essa rotina significa ter hora para acordar, para trabalhar, para comer, para voltar pra casa, para fazer atividade física, ou seja, controlar o seu tempo. Não precisa ser maníaca nisso (?!), mas nós bipolares, precisamos ter controle sobre o tempo, se não, ele passa e nem vemos. Temos a forte tendência de nos perder.
  2. Realizar atividade física com frequência. Faço Pilates e antes corria Me alertaram que não seria legal correr nas primeiras semanas de gravidez, ou seja, parte do período que você nem sabe que está grávida. Então, parei de correr, mas vou voltar a andar, pois isso ajuda muito na liberação de endorfina, o que auxilia a diminuir o mal estar e as loucuras do bipolar.
  3. Dormir bem! Essa dica foi da Di. E realmente, não só bipolar, mas qualquer pessoa, precisa prezar por dormir pelo menos 6 horas, seguidas. Isso ajuda na recuperação de todo o organismo. É a hora da faxina! Os músculos se regeneram e o sistema nervoso também trabalha um bocado fixando informações e outras coisinhas mais.
  4. Ser compreendido (ou pelo menos amado!) pelas pessoas à sua volta! Essa é a principal dica. Conviver com Bipolar é uma grande aventura! Você terá não só um(a) filho(a), um esposo(a), um(a) irmão(ã), cada dia ele(a) será uma novidade! Então, é imprecindível que a pessoa com quem você convive tenha um conhecimento mínimo sobre TAB, e você precisa saber indicar quando o seu comportamento está sendo "regido" pelo transtorno. Saber diferenciar manhas, tpm e indignações com a vida de comportamentos sem fundamento, ou seja, movidos pelo transtorno é primordial.

Então, vamos lá! Por enquanto, sem medicamento.
Em breve, quando minha concentração melhorar vou organizar o outro blog, só sobre gravidez e bipolar.




sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mulher em fúria..em frangalhos


Para começar a tentar engravidar, precisei parar de tomar um medicamento controlado chamado Lamotrigina. Tomava uma dose relativamente baixa (100mg). Fui diagnosticada com o Transtorno Afetivo Bipolar há uns 4 anos. Não tive grandes problemas na minha vida devido a essa doença pois antes mesmo de descobrí-la, eu já fazia terapia por opção. Parei o medicamento por orientação da minha psiquiatra há um mês, seguindo todo o processo de desmame. A princípio senti apenas tontura da abstinência, mais nada. Mas nessa semana, parece que toda a falta do remédio no meu organismo acumulou e começou a se manifestar.

Estou super irritada. Qualquer coisa é motivo para eu me descontrolar. Meu humor está péssimo. Minha cara amarrada o tempo todo. Um fato que normalmente seria super irrelevante para eu me sentir afrontada ou ofendida, está causando estragos na minha mente. Pela manhã, acordo ou com um sentimento de alegria ou com um grande desânimo. Ambos sem nenhuma explicação. E é só levantar da cama que os sentimentos já tomam outra forma. Não consigo ler pois não tenho concentração o suficiente. Trabalhos que eu faria em 5 horas, demoram hoje uma semana. Carrego um peso de angústia no meu peito por onde eu vou. Tenho a sensação de que precisaria me desvincular de todos os meus reais problemas e ficar no silêncio para tentar aliviar esse peso, tentar separar o que é real do que não é, mas não consigo esse silêncio. E toda essa miscelânia, faz com que os meus problemas reais ganhem outra dimensão. O que eu aturava fica insuportável. O que eu sei que era passageiro, vira companhia constante.

A minha vida parou. Talvez já estivesse parando e isso veio apenas para acelerar alguns processos. Não estou mais satisfeita com nada. Não me acho capaz de nada. Fico até com medo do plano de maternidade que fiz. Às vezes acho que não serei capaz. Mas também às vezes penso que me fará uma pessoa melhor. Apesar de toda a insaniedade do momento, tenho deixado esses pensamentos de lado. Consigo usar o pouco do racional que ainda tenho acesso, para separar tudo o que se refere a engravidar e colocar em uma gaveta cerebral. Não estou com capacidade para pensar sobre isso no momento. Tenho plena ciência de que o que estou vivendo é fase, fruto de uma descompensação química neuronal. E em algum momento, vai passar.

Estou passando por tudo isso pois optei por querer engravidar. Sou uma grande candidata a descompensações emocionais durante a gravidez e à depressão pós parto. Infelizmente sei dessa minha condição. Mas acho que apesar de todos os meus defeitos (inconstância, geniosidade,etc) tenho uma ótima qualidade: coragem. Tenho coragem de assumir minhas deficiências, coragem de pedir ajuda e coragem para dizer quando não aguento mais. E se comecei algo, mesmo que aos tropeços, sempre tenho coragem de retomar, e não vou desistir enquanto não chegar ao desfecho.

Então, coragem!

(Já tenho consulta agendada com a minha psiquiatra e estou aguardando o telefonema dela com alguma instrução mais imediatista!)


sexta-feira, 23 de abril de 2010

E não foi dessa vez...

Me surpreendi! Ou melhor, fui surpeendida por duas coisas: uma que eu não queria ter visto esse mês, a menstruação, que acabou vindo dia 21, e a outra, a minha reação.
Esse foi o primeiro mês de tentativas para engravidar. Como sei quando ovulo, achei que teria grandes chances. Mas, não contava com o fato do óvulo ficar apenas 24 horas disponível!
Por alguns dias, fiquei na grande espectativa de já ser mãe! E achei que iria me decepcionar e entristecer muitíssimo caso descobrisse que não foi dessa vez.

E não é que estou bem? De verdade! Estou me sentindo muito tranquila. Não perdi a chance de ser mãe, mas perdi a chance de passar o ano novo no hospital e de ter um filho que comemore seu pirmeiro aniversário na virada de 2011 para 2012, e isso, é facílimo de superar!!!

Me sinto privilegiada de estar vivenciando essas coisas bem nessa época que a Renner colocou no ar o comercial de dia das mães mais lindo e emocionante que eu já vi na minha vida inteira!

Agora, daqui uns 14 dias a saga recomeça. A ansiedade vai voltar. Mas, não vou fazer nenhum teste antes da hora, vou deixar os acontecimentos seguirem como a natureza quer. E, enquanto isso, vou curtir essa fase de tentativas, que não é, de maneira alguma, uma chateação!!!

Mãe

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Ansiedade da espera


E ainda não encheu nem 2 mãos mais 1 pé de dias que estou tentando engravidar, e a ansiedade já está no nível quase máximo! E é uma ansiedade que considero a pior: ansiedade de esperar!
Nessa fase, a não ser que eu gaste um bom dinheiro (que hoje não tenho disponível), eu ainda preciso esperar uns dias para saber se de fato estou grávida.
Daqui 3 a 5 dias, a tal da "monstra", como dizem as meninas "tentantes" deveria aparecer. Aí sim poderei fazer um teste de gravidez para acalmar meus nervos.
Psicologico ou não, tenho tido muitas cólicas, o que é comum quando grávida. Mas só o tempo vai dizer.
Se o resultado for sim, vamos ficar muitíssimos felizes. Se for não, vou ficar muito triste, mas sei como continuar tentando!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cada medo tem o seu dia

Estou a bordo do vôo Webjet 6759, de Curitiba com destino para São Paulo, aeroporto de Guarulhos. Sem medo de voar. Hoje é 07 de Abril, dia do jornalista, quarta-feira, e eu não deveria estar aqui!

No final de semana que passou, minha melhor amiga, Nina, se casou com meu cunhado, Jadson, em Curitiba. Pensando em unir o útil ao agradável, me ofereci para um serviço de ergonomia da empresa para quem presto serviços, na cidade de Araucária, 15km do centro da cidade que hoje deixo para trás.

O casamento foi lindo! Cheguei na quarta-feira passada para exercer um pouco o papel de madrinha! Desse dia até sábado, vivenciei muitos sentimentos da minha até então futura cunhada, muitos dos quais compartilhei no fundo do meu coração, afinal, meu cunhado é meu marido escrito em muitos defeitos e valores!!! E no sábado, esses sentimentos levaram a um desfecho lindo no casamento! Nunca vi um voto mais sincero e cheio de esperança, cumplicidade e amor do que o desses dois queridos! (Assunto para um próximo texto, com certeza, se minha cunhas permitir!).

A cerimônia foi em uma chácara. O sol resolveu dar as caras na hora certa, mas os borrachudos tiveram a mesma idéia! Ao final de tudo, minhas pernas e pés tinham sido devorados por esses mosquitinhos miseráveis. Mas achei que não passaria de uma coceira a importunação deles!

No domingo à tarde, meus pés começaram a inchar, especialmente o esquerdo. O que significou muita dor e impossibilidade de colocá-lo no chão já no domingo à noite, frustrando meus planos de iniciar o trabalho em Araucária na segunda-feira seguinte, às sete da manhã. Consultei um médico amigo da família da Nina no domingo e nessa mesma noite iniciei o tratamento com Celestamine e Nisulid.

Seguindo o que o médico havia dito, meu pé melhorou apenas na terça-feira de manhã, quando entrei em contato com a empresa para iniciar os trabalhos em Araucária. Depois de alguns acertos de logística, no final da tarde de terça-feira, os pais da Nina me deixaram no hotel Colônia, em Araucária. Ficaria até sexta-feira, tempo talvez insuficiente para todo o trabalho a fazer por lá. E foi aí que tudo desandou...

Chegando ao hotel, meu coração gelou. Seriam mais três dias e três noites longe de casa e longe de qualquer conhecido. Mas, afinal, eram apenas três dias. O hotel oferecia um café-da-manhã simples: pão com presunto e queijo e café com leite. Aí meu estômago deu as mãos ao meu coração e gelou junto! Além de não tomar leite, tenho muita fome pela manhã, e acho que o que temo muito no mundo é passar fome. Não é por nada que sou conhecida como sendo "magra de ruindade!". O jantar era em um refeitório fora do hotel, por 10,00R$, com buffet com pratos variados. "Ok!", meu estômago pensou!

Ao abrir a porta do quarto, de cara visualizei 3 beliches, 1 armário, 1 frigobar e 1 banheiro com uma ducha maravilhosa! Mas, meus planos para fazerem o tempo passar mais rápido, envolviam a confecção de relatórios de outros trabalhos. Mas não havia mesa ou escrivaninha no quarto. O jeito era arranjar um lugar ao chão, próximo de uma tomada.

Não sei dizer se foi café-da-manhã, se foram os beliches, se foi o fato de só ter homem hospedado no hotel (esse hotel atende aos funcionários terceirizados das empresas de Araucária, pólo petroquímico da região). Ou se foi o fato de estar longe das únicas pessoas que eram meus conhecidos no estado do Paraná. Ainda nem sentia tanta falta de casa. Não sei mesmo dizer o que foi, mas sei que caí num choro copioso por horas... Meus queridos amigos do Twitter tentaram me animar, e até me incentivaram quando disse que queria fugir!!! (Quando envolve sair correndo, eles dão o maior apoio!!!). Tentei cair no sono, mas um desespero tomava conta de mim, e me fazia chorar e soluçar cada vez mais. Pedi a ajuda de Deus. Tentei raciocinar que 3 dias não seriam difíceis de superar. Tentei pensar profissionalmente. Tentei lembrar dos 6 meses que passei em Joinville, SC, quando ficava 1 semana em Joinville alternada com uma semana em casa....

(vou ter que desligar, procedimento de pouso)

(...depois de um pouso meio balançado por causa do tempo feio, estou no Café Balloon pra esperar o ônibus pra Congonhas)

...mas nada funcionou. A única coisa que me acalmava era a idéia de voltar pra casa.

E naqueles momentos, no chão do quarto do hotel, eu tinha certeza de que quando estivesse aqui, em São Paulo, ficaria na dúvida de que poderia ter superado os três dias em Araucária, independente de hotel, de café-da-manhã ou de qualquer outro fator. De fato, me passa pela cabeça isso. Me envergonho de pensar que não consegui vencer esse medo que nem sei de onde procedeu. Me envergonho de assumir publicamente que fugi de um desafio, que desviei de um obstáculo, que me acovardei por causa de uma assombração que nem sei descrever o que era. Mas o fato é que hoje estou aqui, em Guarulhos, a apenas algumas horas de casa, e estou muito feliz!

Antes de regressar, enviei um email para a minha chefe, que, graças a Deus é muito humana, e corajosamente expliquei a situação assumindo a minha limitação. Com as devidas desculpas, dispus o meu mais alto profissionalismo para trabalhos em São Paulo, cumprindo prazos e confeccionando relatórios com qualidade. Isso é o que eu posso oferecer hoje.

Já foi a época de trabalhar fora de casa. Já foi a época de chorar por uma semana em um quarto de hotel, em outro estado, de saudades de casa. Já foi a época de aprender a me virar em uma cidade que não conhecia, descobrir onde comer, descobrir como (sobre)viver longe de todo conforto da minha vida em São Paulo, na casa dos meus pais. Já foi a época de conseguir passar esses 6 meses longe de casa a trabalho, e já foi a época de vencer todos os medos que envolveram essa fase!

Hoje, casada há quase três anos e meio, e pensando em aumentar a família, não quero mais pensar nesse desafio. Não quero pensar em "evoluir" vencendo esse medo de ficar longe de casa. Essa fase já passou. Quero evoluir vencendo o medo de ser mãe, vencendo o medo do parto, vencendo o medo das contas e vencendo o medo do futuro desconhecido que espera o meu relacionamento com meu maravilhoso marido depois que não formos mais apenas dois.

Existe tempo para tudo sob o sol, já dizia Salomão. E hoje, aprendi algo que nunca ouvi falar: também existe o tempo para deixar os medos vencerem. E tempo de escolher quais medos superar. Tempo de desviar de obstáculos, tempo de voltar atrás, tempo de escolher novos caminhos, tempo de desistir.

E hoje eu escolho novos medos! Hoje vou vencer o medo de escolher ser mãe e tudo o que envolve isso! Quem sabe daqui a 9 meses não venço alguns medos a mais?